Os últimos dias em Ubud. Próxima paragem: Amed.

Os últimos dias em Ubud são passados a visitar mais alguns templos a cerca de 30 kms, um lago junto ao Mount Batur (vulcão) e a descobrirmos o Arak (esse perigo de bebida feito a partir de côco, com um teor alcóolico já algo considerável…).Partimos em busca dos templos Tirtha Empul e Gunung Kawi, 35 kms a norte de Ubud. O primeiro é conhecido pelas suas nascentes de água quente e banhos sagrados. Dezenas de pessoas banhavam-se na piscina sagrada às 9h da manhã quando lá chegámos. A tradição consiste em banharem-se em cada saída de água existente na tal piscina. E sempre que o fazem, rezam e colocam em cima da cabeça flores. Na sala ao lado assistimos a uma cerimónia religiosa encabeçada por um homem idoso que aparentava ser uma autoridade religiosa, e que rezava frente às oferendas tocando constantemente um sino. A acompanhar, um grupo de músicos tocava uma música hipnotizante. Não é de admirar os estados de transe em que por vezes entram durante estas cerimónias.

O segundo templo, Gunung Kawi, data do século XI e está localizado no meio de campos de arroz. Impressiona pela dimensão e pelo cenário em que está inserido. Assistimos a mais uma cerimonia. É o que dá estar em Bali nesta altura: não faltam cerimónias em qualquer sítio para onde se vá!

Almoçámos à beira da estrada e partimos rumo ao Lake Batur, junto ao vulcão Batur. A temperatura desce de forma vertiginosa e temos de parar pelo caminho para que eu me possa enrolar em sarongs. Chegamos ao lago e decidimos ir em busca de mais um templo. Passámos por aldeias recônditas, circulámos em estradas a pique e quase em terra batida, e finalmente chegámos ao fim da estrada. Não encontrámos nenhum templo, mas mais uma aldeia, nos confins do lago, onde dezenas de crianças brincam junto à água e correm na nossa direcção assim que nos veem. Somos os únicos “white people” ali, e tenho dúvidas que muitos tenham feito aquele caminho. Ouvimos falar de um cemitério conhecido pela tradição de não enterrarem os seus mortos mas sim de os deixarem por cima da terra. Os locais dizem-nos que os corpos não deitam qualquer odor e afirmam que se deve à grande árvore sagrada que se encontra no cemitério. Fica claro para os dois que esse tem de ser o próximo destino! No entanto dizem-nos que só é acessível por barco. Cara a viagem… Ficamos com a impressão que deverá ser possível chegarmos lá por terra, pelo que o Cyprian começa a tentar desbravar caminho. Pergunta a um agricultor o caminho e ele diz que sim é possível mas demora cerca de 1 hora a la chegar. Não temos tempo. São quase 17h e temos de devolver a mota em Ubud no máximo às 18h!

No dia a seguir é suposto partirmos os 2 para Amed, na costa este de Bali, um sítio conhecido pelo bom snorkelling e mergulho que se pode fazer por lá. Mas antes o Cyprian tem de alugar uma mota com a qual planeia ficar por 1 mês. Volta à homestay 3 horas depois. “Conseguiste mota?” Pergunto eu. “Sim, consegui! Queres ver?” A mota não é exactamente o que eu estava à espera, confesso. Mais antiga do que a outra que tínhamos e com mudanças e não vejo de que forma vamos conseguir viajar os dois com 2 mochilas enormes e um didgeridoo durante 2 a 3 horas. “Foi cara?“. “Um bocadinho. Comprei-a.” Oh meu Deus… Tive de admitir que estava receosa de viajar em cima daquilo… Principalmente depois do dono da homestay ter dado uma vista de olhos ao bicho e ter dito logo que os travões estavam no fim!

A alternativa passava por apanhar um shuttle bus de manhã e encontrarmos-nos em Amed à tarde. Não tomei logo uma decisão e acompanhei o Cyprian até uma oficina para que pudessem fazer uma revisão antes da partida. Cerca de 1 hora e meia depois a mota estava razoavelmente em condições. Óleo trocado, travões novos, e mais algumas coisas. Ok. Mas agora é preciso tratar do suporte para pelo menos uma mochila e do capacete extra. Vamos a alguns sítios onde vemos capacetes à venda e perguntamos se têm algum em segunda mão. Nada. Só vendem capacetes novos. Finalmente vamos a uma oficina onde estavam apenas 3 miúdos sentados à porta. “Têm algum capacete em segunda mão disponível?” Um dos miúdos levanta-se e vai lá dentro. Volta com um capacete na mão, coberto de autocolantes. “Ah, óptimo! Quanto queres por ele?” “Nada. Podem levá-lo.” Ficamos de boca aberta, agradecemos 500 vezes e pelo caminho ainda nos desatamos a rir com a sorte que tivemos. Agora falta o suporte para as mochilas e para o enorme didgeridoo que o Cyprian levava para todo o lado. Indicam-nos uma oficina onde parece que tratam disso. Chegamos lá e nada. Não fazem nada disso. indicam-nos outra mais à frente. Nada também. À terceira tem de ser de vez! Mais uma oficina. Ok, aqui têm os suportes. Mas não são fortes o suficiente para uma mochila com 20kg… Ai… Já quase a desistir, um rapaz que também estava na oficina a ser atendido, um russo que vivia em Bali já há 5 anos, diz-nos que provavelmente só conseguimos tratar disso com um soldador. E agora onde é que vamos encontrar o raio de um soldador…? Ele ensina-nos a palavra para soldar: “Las”. Graças a isso lá conseguimos chegar a um sítio onde nos podem ajudar. São 17h e já estão a fechar a oficina. Atendem-nos na mesma. Por meio de gestos o Cyprian lá vai explicando o que quer. O tipo claramente quer despachar a coisa para ir para casa. Nem pensa no que está a fazer. E claramente, coitadinho, não era a pessoa mais brilhante do mundo. Saímos da oficina às 20h e sem suporte na mota…

Nessa noite, em Ubud,  compro o bilhete com destino a Amed para as 11h do dia seguinte. Concordamos em encontrar-nos lá. A noite acaba com uns copos de Arak, uma bebida alcoólica local feita a partir de côco, no mesmo sítio onde compro o bilhete de autocarro. Fico a torcer pelo Cyprian. No dia seguinte tem como missão encontrar um soldador com um pouco mais de massa cinzenta do que o anterior…

Até já!

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Maria João Proença

Nascida e criada em Lisboa, Portugal, mas apaixonada pelo mundo. Adoro partilhar as minhas histórias de viagem, fotografias e videos e aconselhar e inspirar quem partilha a mesma paixão pelas viagens!

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