Dia 3. Próximo capítulo.
Ontem à noite, acordei às 2 da manhã com o barulho de um dos maiores temporais que já presenciei. Chuvas fortes e trovoada de meia noite ameaçavam o trekking que se esperava para hoje. De manhã o sol brilhava, o calor já se fazia sentir e ninguém diria que aquele temporal tinha acontecido na noite anterior.
Para quem praticamente nunca tinha feito um trekking na vida, fazer 2 trekkings em 2 dias seguidos é coisa valente. Por isso “kudos” para mim! O passeio custa um bocadinho a nível físico (quando é a subir é mesmo a subir, quando é a descer é mesmo a descer durante uns bons 20 minutos por vezes), mas na realidade não é assim tão duro como se poderá imaginar. Paisagens de tirar o fôlego, conversa fiada pela caminho com pessoas novas que se conhecem todos os dias e uma sensação de liberdade constante, ajudam (e bem) a fazer destas caminhadas de 12 kms autênticos “passeios no parque”.
Hoje despedi-me da Audrey (até domingo, dia em que nos cruzamos em Hanoi ao pequeno almoço), juntei-me a outro grupo com 2 casais norte americanos e continuei a descida até ao mini-bus que me levaria até Sapa. Depois de um banho no Hotel, apanhei outro mini-bus para Lao Cai onde apanho daqui a pouco o comboio nocturno para Hanoi. Chego lá por volta das 5h30/6h da manhã e sigo quase de imediato para Halong Bay onde me espera 1 noite num barco num dos locais mais procurados no Norte do Vietname. Neste momento acabei de jantar e estou sentada à mesa de um restaurante em Lao Cai a escrever o post do dia e a fazer tempo para o comboio.
Aqui, estar sozinha não é “estar sozinha”. É ter como companhia um dos países com as paisagens mais fabulosas do mundo, é conhecer pessoas novas e interessantes e partilharmos experiências de vida todos os dias, é confiarmos em nós mesmos e sentirmos-nos em paz connosco e com o Mundo. Aqui vemos o contraste estonteante entre esta realidade e a realidade daí. As prioridades, a forma de estar na vida, os olhares, os gestos, são totalmente opostos.
É por isto que viajar para o outro lado do planeta, sairmos da nossa zona de conforto e aprendermos a ver o mundo através dos olhos de alguém que é o nosso oposto, é uma experiência tão gratificante e especial.
Há que viver, arriscar e explorar 🙂 Mas agora está na hora de apanhar o comboio. Até já!