George Town, Malásia. Três dias na cidade que respira arte.

Chego ao aeroporto da ilha de Penang e apanho um autocarro que me deixa na estação central de George Town, de onde saio de táxi para o meu hotel.

Desta vez fiquei num dormitório misto, no Magpie Residence. Pago cerca de 8€ por noite e estou relativamente perto do centro. As camas do dormitório têm uma cortina que dá bastante privacidade, uma pequena ventoinha e luz individual e existem 2 wcs e duches. Nada mau! Troco alguns dedos de conversa com um suíço que também está no mesmo dormitório, descanso umas horinhas e lá vou eu ver se arranjo alguma coisa que se trinque. George Town é uma cidade também conhecida pela maravilhosa comida, pelo que saio do hotel já a aguar.

Pergunto à recepcionista onde é que posso arranjar alguma coisa que se coma e ela indica-me uma rua que fica a 10 minutos a pé onde supostamente existe imensa oferta. Chego à tal rua e passados uns metros começo a achar que me devo ter enganado algures, já que o que vejo nesta rua são “lady boys” e outras personagens estranhas mas nada de restaurantes. Volto para trás como quem não quer a coisa e entro no primeiro sítio aceitável que encontro. Avanço para mais um prato de noodles que me sabe pela vida. Regresso ao hotel para no dia seguinte começar pela fresquinha.

Quarta feira arranco para um passeio a pé por George Town. Consulto o guia, os mapas, peço algumas dicas no hotel e ponho-me caminho.

Georgetown é um caldeirão de diferentes culturas, nacionalidades e religiões. Indianos, malaios, chineses. Hindus, budistas, muçulmanos. Convivem lado a lado e a cidade apresenta esta multiculturalidade através da sua comida, edifícios, locais de celebração religiosa e tradições.

É uma cidade que respira arte. Existe um mapa com as imagens e localizações de todas as obras de arte urbana espalhadas pelas paredes da cidade. Seguir este mapa é uma excelente forma de conhecer Georgetown. Acabo por fazer 10kms a pé durante o dia quase sem dar por isso. Pelo caminho recebo muitos “Hello”, “Hi”, “where you from?” e “you like Penang?”. Retribuo os sorrisos que me são oferecidos e vou petiscando algumas coisas pelo caminho.

 

Volto para o hotel, tomo um banho bem merecido e saio para jantar, mas desta vez acerto na tal rua e vou a um restaurante onde a única coisa que me perguntam é se quero arroz. Digo que sim e logo a seguir vejo o meu prato a ser totalmente atafulhado com tudo o que existia naquela banca. Não me queixo porque com a fome que estou, marcha aquilo tudo e mais qualquer coisinha.

Hoje passei o dia a visitar as últimas 3 atrações de Penang antes de seguir amanhã no voo das 07:15 para Yogyakarta na ilha de Java, Indonesia: os templos Kek Lok Si, Dhammikarama e Wat Chaya Mangakalaram.

Apanho o autocarro 203 na estação central de autocarros de George Town (Komtar) que me leva mesmo até ao acesso para o Kek Lok Si por 2 MYR (0,44€). Este é, supostamente, o maior templo budista do Sudeste Asiático.

Para lá chegar acima tenho de subir umas escadas num corredor onde de cada lado estão dezenas de lojas e lojinhas de souvenirs, roupa e afins. Antes de chegar ao templo, passo por um lago onde vivem dezenas de tartarugas. Pelos vistos dá sorte libertar os bichos aqui neste pequeno lago. É possível alimentá-las com os ramos de verduras que são vendidos por locais.

Continuo a subir em direcção ao templo e confesso que não fico extremamente fascinada com o sítio. Pareceu-me apenas mais um templo como tantos outros que já vi no sudeste asiático. Passo por mais uma quantidade surreal de lojas e lojinhas e apanho o funicular que me leva até mesmo ao topo, por 3 MYR (0,66€). Aqui sim, fico surpreendida com a estátua de Kuan Yin (a Deusa da Misericórdia), com uns impressionantes 37mt de altura. OK. Aqui sim, algo novo. Só tenho azar é com o tempo. Se estivesse um céu mais limpo tinha ainda aproveitado a vista fantástica sobre Penang.

Vejo umas estruturas espalhadas pelo recinto com uma série de fitas de várias cores penduradas. Ao aproximar-me, percebo que cada fita tem um tipo de desejo diferente. Compro 2: uma para “Felicidade constante” e outra para “ir e voltar em segurança”. Escrevo o meu nome em cada uma e penduro-as na estrutura. Nunca se sabe… 😉

Apanho o autocarro de volta para George Town (Komtar) para trocar agora para o 103 em direcção a Pulau Tikus onde ficam os outros 2 templos.  O Dhammikarama é um templo budista de origem birmanesa. Pelos corredores de acesso existem quadros que ilustram a história de Siddharta até se transformar no Buda. Não sou nada religiosa, mas confesso que cada vez que entro num templo budista sinto uma calma e paz que nunca senti em qualquer outro espaço religioso.

Visitado este templo, sigo para o que está do outro lado da rua. Este é um templo budista de origem tailandesa. Aqui vejo a 3ª maior estátua de um Buda reclinado do mundo, com uns impressionantes 33mt de comprimento. As paredes por trás do Buda estão preenchidas pelas urnas com as cinzas de devotos.

Passo por uma máquina que por 0,50 MYR lê a sorte. Não resisto, mas pelo resultado mais valia ter seguido em frente…! Aparentemente, mais vale ficar bem quietinha agora porque a sorte não abunda por estes lados. Nada de negócios, amor… E termina com um fantástico “a tua sorte noutras coisas também não é boa“. Obrigadinha sim??

Ao sair do templo vejo uma barraquinha a vender fruta. Vou até lá para ver se como alguma coisa. Entretanto chega um homem com os seus 60/70 anos, acompanhado por alguns monges, que me pergunta de imediato de onde sou. “Portugal” respondo eu. “Aaaah! Poooortugal!”. Faz questão de ser ele a oferecer-me um saquinho de fruta e uma gelatina. “É por minha conta! Eu insisto!”. Ainda oferece uma gelatina à mendiga deitada no chão à nossa frente. Pelos vistos o senhor é o “chairman” do templo. Pergunta-me se estou a viajar sozinha. “Oooh, que corajosa!”. Durante a conversa ainda me compra alguns euros que eu tinha na carteira para oferecer à neta. O que ele quer mesmo são escudos mas isso é coisa que não costumo trazer na carteira. Os ringgits que me dá não são suficientes para cobrir o valor que entretanto lhe passei para a mão, mas deixo passar. É pelo saquinho de fruta e pela gelatina 😉

Vai-se embora e eu fico agora na conversa com a rapariga da banca de comida e com a mendiga. Perguntam-me que idade tenho, de onde venho, onde está o meu namorado, se a minha família é rica… Interrogatório total. E pelos vistos, aos olhos da mendiga, eu sou “Very beautiful“. Ah carambas, este povo estraga-me com mimos…!

Acabo a minha gelatina e sigo de volta ao hotel. Lá, troco alguns dedos de conversa com um casal de ingleses acabados de chegar e depois com o Andreas, o suíço que conheci o primeiro dia aqui. Acabamos por ir jantar a um restaurante aqui perto para experimentarmos um dos pratos típicos: o Nasi Kandar. Durante o jantar, todas as questões colocadas pelo staff do sítio são colocadas ao Andreas. Eu sou completamente ignorada. Não fico ofendida, percebo que não o fazem com a intenção de me ofender, é uma questão cultural.

A comida é óptima, a conversa ainda melhor, mas está na hora de voltar para o hotel. Amanhã tenho um táxi à porta às 5:30 para me levar para o aeroporto. Ui…

Até breve George Town. Até breve Malásia! 🙂

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Maria João Proença

Nascida e criada em Lisboa, Portugal, mas apaixonada pelo mundo. Adoro partilhar as minhas histórias de viagem, fotografias e videos e aconselhar e inspirar quem partilha a mesma paixão pelas viagens!

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