Estou há 5 dias no Sri Lanka e começo a achar que este país se vai tornar num dos meus preferidos de sempre. Paisagens naturais de tirar o fôlego, pessoas de uma simpatia e hospitalidade fantásticas, comida deliciosa e uma herança histórica e cultural riquíssimas, são apenas alguns dos motivos que me põem esta ideia na cabeça.
Saímos de Kandy ontem de manhã de autocarro. Ao chegarmos ao terminal de autocarros havia que encontrar o autocarro correcto. Isto, no meio de um caos de autocarros, tuk-tuks, uma chuva que ameaçava começar a cair em força a qualquer minuto, dezenas de pessoas por todo o lado e uma estrada que já viu melhores dias. E eu a adorar cada minuto. Adoro estes ambientes aparentemente caóticos onde, no fundo, existe uma organização bem definida.

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Fomos perguntando e lá encontrámos o autocarro que nos levaria a Dambulla, mais a Norte. A viagem foi rápida e tranquila, apesar da chuva nos ter acompanhado o caminho todo. Duas horas depois chegávamos ao nossos destino e à Guesthouse (Sevonrich Guesthouse) reservada nessa mesma manhã, ainda em Kandy.
Nesse mesmo dia, depois de termos feito check-in, ainda houve tempo para visitar a maior atracção de Dambulla: o Golden Temple. A entrada faz-de normalmente pela estrada principal. A partir daí, há que subir uns 100mt através de 1 larga escadaria até às grutas no topo da colina. Felizmente, o dono da Guesthouse deu-nos boleia até uma outra entrada alternativa, poupando-nos a essa subida. A grande atracção são as cerca de 157 estatuetas inseridas em 5 grutas diferentes, dentro de uma enorme rocha. É bem capaz de ser um dos templos budistas mais fascinantes que já visitei, pelo ambiente, pelo facto de estar localizado dentro de uma gruta e pelo fantástico pormenor do detalhe das pinturas no teto, que acompanham as curvas da rocha.

No regresso à Guesthouse (que fizemos a pé, já que ficava a apenas 600 mt de distância), ainda fomos arrastados com os restantes hóspedes para ver o pôr-do-sol numas rochas aqui perto, pelo dono da Guesthouse. Não houve muito sol para se pôr, mas a vista não deixou de ser magnífica na mesma.

Em conversa com o dono da Guesthouse (que é obcecado por fazer com que os hóspedes tenham tudo o que querem – a um preço claro…), acabámos por arranjar uma forma de irmos a Sigiryia e a Polonnarwua nos dois dias seguintes, de tuk-tuk.
Começámos hoje de manhã por Sigiryia. Partida às 08h da manhã da Guesthouse. Pelo caminho o condutor foi parando nalguns sítios especiais como um lago enorme onde só estávamos nós presentes.
O bilhete de entrada em Sigiryia não é barato. São 30USD (cerca de 26€). Apesar de me ter contorcido um pouco ao início com o valor, saí de lá com a certeza que tinha sido dinheiro bem gasto. É uma estrutura enorme, formada a partir de magma expelido de um vulcão hoje extinto, onde no topo, a 360mt de altura, se encontram os vestígios de um palácio, varias fortificações e canais de água. Cheguei até lá acima com as perninhas a tremer, confesso. Não sei se sou eu que estou em baixo de forma ou se aquilo é mesmo difícil, mas quase deitei os pulmões pela boca, carambas!
Tudo acabou por valer a pena quando vi aquela vista de tirar o fôlego. Kms e kms de vegetação abundante, de natureza no seu estado puro para qualquer lado que se olhasse. Que país magnífico…
A rocha é conhecida por “Lion’s Rock” (rocha do leão), pelo facto da sua entrada ter sido construída em forma de leão. No entanto, apenas as suas 2 patas enormes se mantêm intactas na base. O resto do leão já não existe hoje em dia.

Descemos a rocha e está na altura de procurar um sítio para almoçar, já que é preciso recuperar as forças depois daquela odisseia. O condutor do tuk-tuk faz o que lhe compete e tenta levar-nos a um dos restaurantes mais turísticos (e caros) da zona. Entramos, vemos o menu, dizemos muito obrigada e pedimos ao condutor para seguir para outro local mais barato. Leva-nos à segunda escolha. Igualmente turístico, igualmente caro. O processo repete-se: entramos, vemos o menu, dizemos muito obrigada e, desta vez, há que insistir com o condutor que o que se quer mesmo é um sítio local, com comida local, a preços locais. Parece que agora sim: acaba por nos levar a um sítio chamado “Chooti Restaurant”. Comida local, ambiente local, preços locais. Perfeito.
No regresso à Guesthouse, passamos por uma série de outros sítios a que nunca chegaríamos se estivéssemos sozinhos. Um lago/canal com crocodilos, uma estupa (monumento budista) perdida no meio do mato, mil e um outros locais perfeitos para tirar mais fotos à Lion’s Rock, iguanas, macacos no meio da selva, plantas letais e árvores milenares. Ir de tuk-tuk foi, sem dúvida, a melhor decisão que poderíamos ter tomado.
Amanhã seguimos de novo de tuk-tuk para Polonnarwua, uma zona histórica, a cerca de 60kms de Dambulla, para vermos as ruínas daquela que foi em tempos a segunda capital do Sri Lanka, criada durante o século XII.
Entretanto vou só ali até ao vale dos lençóis porque já estou um pouco farta de levar com insectos de todas as espécies e feitios possíveis na testa, aqui no alpendre do quarto.
Até já!

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Maria João Proença

Nascida e criada em Lisboa, Portugal, mas apaixonada pelo mundo. Adoro partilhar as minhas histórias de viagem, fotografias e videos e aconselhar e inspirar quem partilha a mesma paixão pelas viagens!

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