Chego a Amed cerca de 3 horas depois de sair de Ubud, às 14h30. No autocarro acabo por conhecer o Jean Louis, um belga de 55 anos que viaja pelo mundo há 25 anos. Um homem com uma história de vida interessantíssima e cheia de histórias para contar. Passamos as 3 horas a conversar e a trocar histórias de viagens.
Quando chegamos a Amed, o Jean Louis aluga uma scooter (não há outra maneira de nos deslocarmos nesta terra) e eu aproveito a boleia para procurar um sítio onde ficar. 2 guesthouses depois lá encontramos sítio. Eu fico com o bungalow mesmo em cima da praia e o Jean Louis com um do outro lado da estrada que acaba por partilhar com uma miúda alemã que também andava à procura de quarto (miúda fantástica e muito querida, com apenas 18 anos, a correr a Ásia durante 4 meses antes de ir trabalhar para a Nova Zelandia durante 6 meses).
Estou na terra do snorkelling e do mergulho, e embora tivesse planeado ficar-me apenas pelo snorkelling, acabo por comprar uma sessão de DSD (discover scuba diving) para o dia seguinte. O Jean Louis leva-nos (a mim e à Julia, a rapariga alemã) a um sítio com o qual já mergulhou antes (não é a primeira vez dele em Amed) e saio de lá com o compromisso de voltar no dia seguinte às 7h45 para umas aulas teóricas de manhã, seguidas por 2 mergulhos em diferentes localizações.
Entretanto não tenho notícias do Cyprian. Não sei se ele já chegou, se conseguiu resolver o problema da Mota…
Vou comer qualquer coisa a um restaurantezinho na zona, vejo um dos melhores sunsets de sempre no cimo da estrada com vista para o vulcão e com um ukulele como banda sonora, volto para o quarto e recebo entretanto uma mensagem. Às 19h30 o Cyprian chega a Amed. Encontramos-nos junto à minha guesthouse. A mota está impecavelmente apetrechada com um suporte personalizado quer para a mochila quer para o didgeridoo!
À noite jantamos os 3. O Jean Louis dá uma vista de olhos à mota (é engenheiro mecânico de profissão) e vê que o tipo soldou aquilo à suspensão. Foi uma sorte ter conseguido chegar a Amed com a mota inteira.
Na manhã seguinte, após as aulas teóricas, confesso que estou um pouco apreensiva se vou conseguir lembrar-me de tudo o que aprendi em cerca de 1h30…! Chegamos à praia, entramos na água, e fazemos alguns exercícios para praticar o que aprendemos nas aulas teóricas. Corre tudo bem. Não me engasguei, não entrei em pânico e até vi uma tartaruga! Tranquilo. Bora lá dar mais emoção à coisa 😉
Partimos na carrinha em direcção a Tulamben onde está um navio de guerra norte americano, da altura da 2ª Guerra mundial, naufragado relativamente perto da costa. E é uma experiência fantástica. Ter a oportunidade de nadar entre raias, tartarugas, peixes de todas as cores e feitios (nada de tubarões…), de entrar num navio naufragado… Acho que fiquei com o bichinho. Para mal dos meus pecados porque não é coisa baratinha não…
À noite como peixe grelhado, vejo pela última vez as estrelas neste lado do mundo, sentada dentro de um barco de pesca na praia e anseio já pela próxima viagem.
De manhã despeço-me com um até breve e desejos de “safe travels” para todos.
Até breve Ásia. Obrigada pelas pessoas que conheci aqui, pelas vezes em que fiquei encantada pelas tuas paisagens, pelas boas energias com que me deixas e pelos braços abertos com que me recebes sempre.
Prometo voltar em breve. Esta paixão por ti não vai desaparecer tão cedo. 🙂