Hoje finalmente consegui ter um tempinho para escrever mais uma crónica. Aproveitei o facto de estar à espera que o Primperan faça efeito (comi ao jantar como se não visse comida há mais de um mês), para vos contar um bocadinho do que se passou nos últimos 2 dias.
Ontem foi dia de sair de Negombo em direcção a Kandy. Primeiro passo: apanhar um autocarro no terminal em direcção a Colombo. Tudo tranquilo. Fomos num autocarro pequeno, com AC, cuja viagem ficou a 120 rupias, cerca de 0,60€ (eu sei, é mesmo barato). Entra quem chega primeiro à fila e os bilhetes são pagos no interior. Como as malas ocupavam outro lugar (não havia bagageira) tivemos de pagar um lugar extra. Pronto, faz sentido. Cerca de 40 minutos depois, o autocarro chegava a Colombo.
Colombo é uma cidade movimentada e caótica, como praticamente todas as grandes cidades asiáticas. O autocarro parou no terminal e o resto do caminho até à estação de comboios acabou por ser feito a pé. Para lá chegarmos atravessámos 2 mercados. Os cheiros eram intensos e o ambiente já diferente do de Negombo. As pessoas vivem noutro ritmo e, como tal, a sua abertura é diferente.
Algumas horas depois, depois de uma espera de uma hora e meia na estação de comboios, o comboio arrancava numa viagem de 3 horas em direcção a Kandy. Como o bilhete tinha sido comprado com antecedência, os lugares estavam reservados. Caso contrário, teríamos de dar corda aos sapatos e correr que nem doidos para uma carruagem para conseguirmos 1 sítio onde nos sentarmos. Aqui, a lei é mesmo a do mais rápido.
A viagem não foi a mais confortável, mas também não foi a pior viagem de comboio que já fiz (veio-me à memória a viagem de Bangkok para a fronteira com o Camboja, sem AC e quase nenhum espaço pessoal). A carruagem abanava tanto que parecia que estava dentro do tambor de uma máquina da roupa. Não existia AC mas como o tempo estava fresquinho não fez grande diferença.
Mas cheguei vivinha a Kandy. Depois de uma rápida viagem de tuk tuk, lá chegámos à Guesthouse. Uma casa linda de morrer chamada Gruhaya, perto do Lago, e perfeita para celebrar as minhas 29 primaveras. Pronto, está bem, 34… (carambas, já não se podem omitir uns aninhos…)
Kandy é uma cidade mais movimentada do que eu esperava, mas não deixa de ser encantadora. O enorme lago ocupa uma posição central de destaque, e tudo se situa à sua volta. O dia de hoje foi passado a visitar algumas das suas principais atracções como o Templo do Dente Sagrado onde, por ser Sábado, acabámos por nos misturar com um aglomerado de pessoas que percorriam o Templo, parando para rezar fervorosamente em alguns pontos específicos. A devoção do povo asiático à religião é verdadeiramente impressionante. Vi algumas pessoas que estavam quase em transe, de tão embrenhadas estavam nas suas orações. Lá dentro, o cheiro a velas, incenso, flores de lótus e a suor misturava-se, despertando novas sensações quase a cada segundo.
O Grande Buda, um Templo localizado no topo de uma colina também merece uma visita, nem que seja para aproveitar as magníficas vistas sobre a cidade. O sítio em si não tem nada de especial, a não ser o enorme Buda que lá se encontra e as vistas. Mas vale a pena.
O resto do dia foi passado a procurar um sítio para reparar o meu iPhone, que tinha decidido de manhã meter férias permanentes. A missão foi bem sucedida. 500 rupias depois (cerca de 3€) o “bicho” tinha voltado à vida. Seguiu-se uma caminhada de 1 hora até ao Slightly Chilled Lounge para assistir ao pôr do sol sobre o lago e o regresso à Guesthouse.
Depois de um dia fantástico, cheio de sorrisos, risadas e na melhor companhia, ainda tive direito a uma surpresa do staff da Guesthouse. Esconderam-se na cozinha e esperaram que saíssemos do quarto para me surpreenderem com um bolo de aniversário! Que surpresa fantástica… fiquei com um sorriso de orelha a orelha, claro. 🙂
Amanhã é hora de seguir para outras paragens, desta vez para Dambulla, mais a norte, para alguns dias a explorar ruínas e templos históricos. Depois conto como foi. 🙂
Até já!